Situado na Praia da Luz a cerca de 7 km da cidade de Lagos, o roteiro proposto é constituído por uma zona de plataforma rochosa calcária que se estende desde a costa até uma profundidade máxima aproximada de 2 a 3 metros, terminando em fundo de substrato arenoso. Com uma topografia pouco complexa é possível aceder ao local proposto para imersão desde o flanco Este da praia. A área de roteiro pode ser explorada nadando paralelamente à costa ao longo de aproximadamente 150 metros em cada um dos sentidos. Do ponto de vista da biodiversidade, a zona possui espécies comuns e características da orla costeira Algarvia. Neste local não foram observadas espécies com estatuto de proteção e também não existem medidas específicas de proteção para esta secção da costa.
O roteiro é ideal para iniciantes na prática de apneia, já que o substrato rochoso paralelo à praia e a topografia simples do fundo facilitam a observação e identificação das espécies presentes.
Tipo de Mergulho: Apneia
Acesso: Praia
Prof. Max: 4 m
Posição: 37º05’06.11”N, 08º43’42.97”W
Habitat: Plataforma rochosa
Grau de dificuldade: Baixo
Qualificação mínima: Sem qualificação mínima
Interesse paisagístico: Médio
Interesse biológico: Médio
Foto e Vídeo: Interessante
Estatuto de conservação: Sem espécies com estatuto de conservação
Caracterização:
Local com bastante luminosidade e exposto à ação das ondas. A visibilidade subaquática é variável dependendo da ondulação, das correntes, das marés e da época do ano. De um modo geral, é no período do verão e no outono que as águas se apresentam mais cristalinas e apropriadas para a realização do roteiro. Em dias de maré calma o percurso é bastante seguro. Neste local a presença de embarcações é proibida.
O que podemos encontrar:
Madrepérola-corninho (Anomia ephippium) este colorido bivalve pode cobrir vastas áreas do fundo marinho, formando por vezes grandes aglomerados de indivíduos. Os recifes formados por estes moluscos proporcionam habitat para inúmeras outras espécies de invertebrados e servem de alimento para peixes, crustáceos, gastrópodes e cefalópodes, como o Polvo-comum.
Judia (Coris julis): este peixe apresenta dimorfismo sexual acentuado. O macho possui cores vistosas, com predominância do verde ou laranja, e a fêmea tem coloração castanha. Trata-se de um peixe hermafrodita, em que as fêmeas podem inverter o sexo transformando-se em machos secundários.
Alga-japonesa (Rugulopteryx okamurae): esta alga originária do Oceano Pacífico tem vindo a expandir a sua distribuição para águas europeias (Mediterrâneo) e foi recentemente descrita para a costa do Algarve onde atingiu o estatuto de invasora. Neste local pode ser observada formando densas manchas, sendo uma das espécies de algas mais comuns ao longo deste roteiro.
Anémona-verde (Anemonia sulcata): esta anémona é uma espécie com grande interesse farmacológico pois produz neurotoxinas com potenciais atividades antimicrobianas. A anémona-verde é também utilizada na alimentação em algumas regiões do Sul de Espanha e na bacia do Mediterrâneo (por ex. no Golfo de Cádis). Trata-se de uma das espécies de anémonas mais comummente encontrada na costa Algarvia.
Polvo-comum (Octopus vulgaris): as ricas águas costeiras do Algarve albergam grandes populações deste cefalópode. Esta espécie suporta uma importante e tradicional pescaria artesanal, essencial à subsistência das comunidades pesqueiras locais. A pesca do Polvo-comum é regulamentada e apenas organismos com um peso ≥ 0,750 kg podem ser capturados. No Algarve esta espécie é essencialmente capturada por armadilha de gaiola (covos) ou de abrigo (alcatruzes).
Ouriço-do-mar-comum (Paracentrotus lividus): embora a espécie não possua qualquer medida especial de conservação na costa portuguesa, este ouriço está protegido no Mar Mediterrâneo pela Convenção de Berna. Por se tratar de uma espécie comercial, em Portugal asua captura é regulamentada, existindo um tamanho mínimo de captura de 5 cm.
Navalheira (Necora puber): comum no Algarve, este caranguejo é característico de fundos rochosos, desde a costa até aos 70-80 m de profundidade. Trata-se de uma espécie omnívora, que se alimenta essencialmente de outros crustáceos, moluscos e algas. Sendo comercializado em Portugal, tem o seu tamanho mínimo de captura fixado nos 5 cm (tamanho da carapaça)
Anémonas Aiptasia mutabilis e Anemonia sulcata: estas espécies apresentam células urticantes (cnidoblastos) que libertam uma toxina quando perturbadas. Esta toxina pode provocar irritações cutâneas, particularmente na zona dos olhos e boca, pelo que se aconselha evitar o contacto físico com estas anémonas.