Tipo de Rochas: As rochas sedimentares da Ponta da Piedade são caracterizadas por biocalcarenitos amarelados/alaranjados, muito fossilíferos e fortemente carsificados, que datam do Miocénico (~20-15 Ma). Por vezes, estão cobertos por sedimentos mais recentes de idade Plio-pleistocénica.
Ambiente de Formação: Estas rochas foram depositadas num ambiente marinho de baixa profundidade, com baixa a média energia, não muito afastado da costa. Posteriormente, aquando da formação da Cordilheira Bética (cadeia de montanhas no sul de Espanha), estas rochas sofreram levantamento e exposição aérea o que, consequentemente, levou a que ficassem sujeitas a processos de meteorização e erosão, ou seja, à sua carsificação, levada a cabo, essencialmente, pelas águas da chuva. As argilas e areias avermelhadas do Plio-pleistocénico foram posteriormente depositadas num ambiente fluvial.
À medida que as arribas sofrem meteorização e erosão pela ação da água do mar e da chuva, em zonas menos resistentes, como fraturas locais, as arribas vão ficando cada vez mais instáveis. As fraturas por dissolução dos calcários vão sendo gradualmente abertas, moldando as arribas ao longo do tempo, originando geoformas cársicas como grutas, algares, arcos e leixões.
Paleogeografia: Dá-se uma aproximação entre as placas tectónicas da Península Ibérica e do continente africano. A primeira roda no sentido contrário ao ponteiro dos relógios.
Arribas da Ponta da Piedade, compostas pela formação Lagos-Portimão